As emergências hospitalares em Porto Alegre estão enfrentando uma crise devido à superlotação, resultando em restrições no atendimento.
A situação atingiu um nível crítico, com a lotação nas emergências do Sistema Único de Saúde (SUS) ultrapassando os 184%.
Após um domingo com um volume de atendimento 500% acima da capacidade, o Pronto Atendimento da Bom Jesus viu-se sobrecarregado com uma lotação de 357% na manhã desta segunda-feira. Da mesma forma, o Pronto Atendimento da Cruzeiro lidava com uma sobrecarga de 300% acima de sua capacidade.
O Hospital de Clínicas registrou uma ocupação de 233%, com 131 pacientes internados, enquanto o Hospital Conceição apresentou uma lotação de 196%, com 82 pacientes internados. Ambos os hospitais estão priorizando o atendimento de casos graves com risco de morte.
Além disso, o Hospital Santa Casa, com 210% de ocupação, e o Hospital São Lucas da PUCRS, com 260%, também estão operando com restrições no atendimento.
A crise se estende às emergências pediátricas, com o Hospital de Clínicas operando a 166% de sua capacidade e o Hospital da Criança Conceição atingindo 228% de lotação, com atendimento restrito para pacientes graves.
A superlotação era evidente nas entradas dos Pronto Atendimentos da Bom Jesus e da Cruzeiro, onde os pacientes aguardavam atendimento em meio a uma espera prolongada. Katia Oliveira, uma paciente, relatou ter tentado atendimento médico por três dias para uma infecção no joelho, mas até as 10h da manhã ainda não havia sido atendida devido à falta de vagas. “Os médicos dizem que não têm vagas. Estou tomando antibiótico e estou com febre, não está adiantando”, desabafou.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, os Pronto Atendimentos da Capital enviaram um total de 176 solicitações de transferências para hospitais através do sistema de gerenciamento de internações do Estado.
Em resposta à crise, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) iniciou um plano de contingência no dia 5 de abril, visando melhorar as condições de ocupação da rede hospitalar da Capital. Este plano inclui a identificação de hospitais adequados para receber pacientes e a mobilização de equipes médicas, com o apoio das ambulâncias do Samu providenciadas pela prefeitura de Porto Alegre para as remoções necessárias.
