Não podemos permitir que fechem Maternidades no RS

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O fechamento de maternidades está se tornando uma situação que pode levar o atendimento obstétrico a um contexto de caos no Rio Grande do Sul.

Isto se contrapõe ao aumento do número de gestantes, o que agrava ainda mais a situação.  Recentemente na capital foram fechadas duas maternidades com décadas de atividade, no Hospital São Lucas da PUC e no Hospital Ernesto Dornelles. Agora estamos vendo o mesmo contexto sendo replicado na Santa Casa de Rio Grande. Os argumentos são frágeis, entre eles de que não haveria recursos humanos. A prática se replica: sem consultar a comunidade médica e sem a busca de alternativas de gestão junto aos governos e aos parceiros privados, se precariza o serviço até seu fechamento.

O movimento que a Santa Casa de Rio Grande faz para fechar a maternidade é leviano e pode complicar o atendimento obstétrico em toda região sul do Estado. A maternidade da FURG já está superlotada. É necessário que se busquem alternativas de gestão que possibilitem a continuidade da maternidade.

Projetos de qualificação, atração de recursos junto aos governos, campanhas para a destinação de emendas parlamentares, criação de um consórcio de municípios que se mobilizem pela manutenção da atividade obstétrica, são algumas alternativas. Estamos trabalhando para que na próxima semana seja aprovada uma audiência pública na Assembleia Legislativa com o objetivo de entender as dificuldades e propor alternativas. Não podemos aceitar o imobilismo e a falta de gestão.

Esta tendência de fechamento de maternidades em hospitais filantrópicos foca apenas no lucro, substituir a oferta de procedimentos com menor remuneração junto ao SUS por atividades com melhor pagas, neste contexto as maternidades, que não dão tanto lucro quanto à oncologia, por exemplo, acabam sumariamente fechadas ou submetidas a processos de precarização.

Dar à luz dentro de hospital, com equipe adequada, com protocolos que garantam à segurança e saúde da mãe e de do nascituro, trata-se de uma das maiores conquistas no campo dos direitos da mulher e da saúde pública. Se este movimento de fechamento de maternidades avançar vamos retroceder décadas e começar a ressurgirem partos precários acontecendo nas casas em desalinho com os protocolos modernos das ciências médicas, como na época de nossos antepassados, o que é de alto risco e implica em sequelas e até ao óbito de mulheres e crianças.